quarta-feira, 27 de maio de 2009

Sobre a paixão.

Sou um ser facilmente apaixonável. Um desses casos clássicos de novela e a ser estudado pelos mais interessados. Aparentemente, não me canso de ouvir os conselhos da vovó, de amigas implorando: “Devagar, amiga! Olha lá, lembra aquela vez...”.

Claro que lembro. Aliás, se bem me lembro, aquela vez foi ontem! E sim, nada mudou nos conselhos de hoje.

A verdade é que adoro estar apaixonada. A-do-ro. A paixão tem o poder de inverter um dia bege no mais lindo arco-íris. O poder de provar como a saudade pode ser uma sensação quase tão deliciosa quanto o reencontro. De dar mais brilho aos meus olhos (e por que não pele, cabelos...?), de pôr um sorriso enfeitiçante em meu rosto – um daqueles que deixa as pessoas ao redor sempre um pouco mais intrigadas, ou constrangidas. Ah, os perfumes que rondam uma pessoa apaixonada!

Gosto do arrepio que dá ao ouvir o aviso de uma mensagem nova no celular, do telefonema preocupado pra saber se a chuva alagou a casa, de ligar pra saber qualquer bobagem só pra ter a momentânea companhia da voz do ser apaixonante. Gosto dos segundos que antecedem a entrada no carro, dos segundos que antecedem o beijo, dos segundos que antecedem o que quer aconteça, porque tudo é tão incrivelmente... apaixonante!

Ok, confesso: ter olhinhos apaixonados não facilita muito a vida de uma mulher. A grande maioria dos homens não é apaixonável, e sim impressionável, e eles podem ficar apavorados com a iminência de qualquer responsabilidade pelos intensos sentimentos alheios, ou podem se transformar em tremendos arrogantes, convencidos de seu poder fatal de fazer-me derreter igual manteiga...

Ai, ai. Pobres e doces queridos.

É, acontece. E eu sorrio, com meu sorriso apaixonado, e, algumas vezes, finjo que nem noto, quem sabe até abro nova oportunidade. Se não der certo... bem... de volta a “reforma em meu peito”!

Lógico que fim de paixão também dói. Mas a vida anda tão repleta de alegria, que até essa dor me vem com sabor de “escola”. Ainda estamos no início do passeio! Se formos à praia e começar a chover, temos tempo de sobra pra pegar o retorno e mudar totalmente a viagem. Sem maiores transtornos.

A paixão vem antes do tempo lançar seus feitiços, tantos os bons, quanto os ruins. Há coisas que só o tempo constrói e outras que só o tempo desvenda e desmistifica. Logicamente, cada fase tem suas vantagens. O tempo solidifica o sentimento, transforma uma ida a praia em longas viagens, dá um novo tom à paixão, que, convenhamos, tem suas nuances.

E eu, que sou multicolorida por natureza, não quero pular a chance de ser qualquer um dos lindos tons apaixonados.

2 comentários:

  1. Ai minha FLOR!!! Ia mandar um e-mail, mas pensei melhor... tenho que fazer publica minha admiracao pela sua escrita!!!
    Somos no's pessoas tao encantadas e devotas da paixao, nao eh mesmo?? Pois bem, que venham, sempre e que nos embriague com sua forca. Nos tambem somos fortes e sobrevivemos ainda mais belas para uma proxima vez!!
    Love...

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  2. Houve um tempo na minha breve adolescência, brevo pois aos 21 deixei de ser adolescente e passei a ser mãe, em que gostava de escrever. Eu era péssima em português (e ainda sou), mas o que eu escrevia era de um sentimento que vinha do fundo do meu eu. Quando leio seus textos vejo esse forte sentimento florando e de uma escrita leve, verdadeira e correta. É muito agradável ler o que você escreve. Nunca tive vontade de publicar nada que já escrevi, aliás, nunca tive vontade de mostrar a ninguém as coisa que já escrevi.
    Agora, pode me chamar de mãe coruja, mas eu quero ter um livro publicado da minha filha.
    Filha não deixe isso passar, escreva.
    Tenho um orgulho profundo de ser sua mãe.
    Te amo.

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