domingo, 31 de maio de 2009

Sobre as perguntas e respostas.

Fuso horário.

Adoraria respostas para algumas coisas que nunca perguntei. Repostas sucintas, tipo “sim” ou “não”.

Sinceramente, até detesto resposta demais. Não quero saber os porquês. Pra que saber o porquê de não se querer ou desejar alguma coisa? Eu mesma não sei por que não quero um bocado delas, mas não as quero. E sempre que penso em explicações a dar, me sinto quase sufocando, angustiada por ter que dizer coisas que não encontro uma forma agradável de dizer, e que também não vejo razão para serem ditas.

Às vezes acontece no fim de uma relação de pouco tempo. Nas duradouras, geralmente temos coisas construtivas a dizer, conhecemos melhor o outro, ele nos conhece melhor. Mas como se explicar que “apenas não quero conhecer você melhor?” Por que alguém que não quero mais por perto precisa saber que não gostei de seus amigos, que fala muito mais palavrões do que eu gostaria de ouvir, ou não me sinto à vontade com sua família? Todas essas razões soam fúteis, provável até que pouco importasse se eu estivesse apaixonada, e eu mesma detestaria tomar conhecimento de qualquer uma delas – são pessoais demais.

Já as respostas curtas e diretas, essas me fascinam. Penso em tantas perguntas para as quais eu gostaria de pequenas respostas. Você gostaria de falar mais comigo? Você sente falta de mim? Tem vontade de me ter perto? Acha que é demais? Rápido? Intenso? Muito?

Perguntas não formuladas porque talvez respondam muito de mim.

Não tenho tempo a perder, gemem os relógios. Não gosto de plataformas flutuantes, afirmam meus pés. O futuro é sempre incerto, retruco pra ambos. Não me escutam. Eles querem respostas curtas e diretas, como seus desejos.

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Sobre beijos.

Porque as pessoas insistem em resumir a palavra "beijo" em "bjo"? "bjão, bjs, bj"... Ora, ora, ora. Não gosto. Quando faço isso é porque tô tpêmica com alguma coisa, rs (e se eu tentar te convencer do contrário, duvide!). Prefiro meus beijos longos com todas as letras a serem lidas, enquanto imagino e sinto-o daqui. Demoradamente. Só não uso "beijnho" mais vezes porque acho que não adianta de nada essa contradição de ser mais longo e ser diminuto. Também quero beijo inteiro, nada disso de "nininho". Hunft. E se eu inventasse um dialeto, a palavra pra “beijo” teria duas versões: um som bem simples verbalmente, porém com uma correspondente polissílaba na escrita. Daquelas bem grandonas. Horizonte. Liquidificador. Paralelepípedo. Só que mais bonita. Pra demorar um bocado.

Sobre a paixão.

Sou um ser facilmente apaixonável. Um desses casos clássicos de novela e a ser estudado pelos mais interessados. Aparentemente, não me canso de ouvir os conselhos da vovó, de amigas implorando: “Devagar, amiga! Olha lá, lembra aquela vez...”.

Claro que lembro. Aliás, se bem me lembro, aquela vez foi ontem! E sim, nada mudou nos conselhos de hoje.

A verdade é que adoro estar apaixonada. A-do-ro. A paixão tem o poder de inverter um dia bege no mais lindo arco-íris. O poder de provar como a saudade pode ser uma sensação quase tão deliciosa quanto o reencontro. De dar mais brilho aos meus olhos (e por que não pele, cabelos...?), de pôr um sorriso enfeitiçante em meu rosto – um daqueles que deixa as pessoas ao redor sempre um pouco mais intrigadas, ou constrangidas. Ah, os perfumes que rondam uma pessoa apaixonada!

Gosto do arrepio que dá ao ouvir o aviso de uma mensagem nova no celular, do telefonema preocupado pra saber se a chuva alagou a casa, de ligar pra saber qualquer bobagem só pra ter a momentânea companhia da voz do ser apaixonante. Gosto dos segundos que antecedem a entrada no carro, dos segundos que antecedem o beijo, dos segundos que antecedem o que quer aconteça, porque tudo é tão incrivelmente... apaixonante!

Ok, confesso: ter olhinhos apaixonados não facilita muito a vida de uma mulher. A grande maioria dos homens não é apaixonável, e sim impressionável, e eles podem ficar apavorados com a iminência de qualquer responsabilidade pelos intensos sentimentos alheios, ou podem se transformar em tremendos arrogantes, convencidos de seu poder fatal de fazer-me derreter igual manteiga...

Ai, ai. Pobres e doces queridos.

É, acontece. E eu sorrio, com meu sorriso apaixonado, e, algumas vezes, finjo que nem noto, quem sabe até abro nova oportunidade. Se não der certo... bem... de volta a “reforma em meu peito”!

Lógico que fim de paixão também dói. Mas a vida anda tão repleta de alegria, que até essa dor me vem com sabor de “escola”. Ainda estamos no início do passeio! Se formos à praia e começar a chover, temos tempo de sobra pra pegar o retorno e mudar totalmente a viagem. Sem maiores transtornos.

A paixão vem antes do tempo lançar seus feitiços, tantos os bons, quanto os ruins. Há coisas que só o tempo constrói e outras que só o tempo desvenda e desmistifica. Logicamente, cada fase tem suas vantagens. O tempo solidifica o sentimento, transforma uma ida a praia em longas viagens, dá um novo tom à paixão, que, convenhamos, tem suas nuances.

E eu, que sou multicolorida por natureza, não quero pular a chance de ser qualquer um dos lindos tons apaixonados.